Adoro sair com ele. Estamos sempre juntinhos.
Ele faz todas as minhas vontades. Me leva para passear. Tem toda a paciência do
mundo para me esperar numa loja. Não reclama de todas as peças que resolvo
provar. Não, nem pensa em ficar me apressando. Não me faz a clássica pergunta:
Tantos sapatos para apenas dois pés? Me deixa ficar a tarde inteira numa
livraria, como adoro, ou naquela incrível loja de “bijus” sem comentar que já
tenho duzentos brincos. Nas promoções, então, parece até sorrir para mim de
satisfação. Ele não critica as minhas indecisões na hora das escolhas. Não me
deixa na mão na hora de presentear as pessoas queridas também.
Ele
me acompanha aos restaurantes e me deixa pedir comida para viagem também quando
não estou a fim de cozinhar. Me ajuda a redecorar a casa, a encher a varanda de
plantas, a ter um bichinho de estimação, ou vários de pelúcia, se eu quiser. Me
dá flores, sim, e bombons, por que não? Não me diz que eu preciso de uma dieta.
Ele me compra aquele remedinho quando baixa o resfriado. Me presenteia com uma
sessão de “antes e depois” sempre que preciso. Não que ele note que eu
preciso... Aliás, ele não julga.
Ele
é seguro, confiante, confiável, e eu o tenho porque me empenhei para
conquistá-lo. E faço tudo o que é preciso para mantê-lo. Mas ele sabe que é
meu, só meu, e não se importa em ser usado. Aliás, ele é tão generoso que o
único cuidado que preciso ter é o de não abusar, de usá-lo com a devida
moderação. Ele faz com que eu me sinta totalmente livre e independente. Uma
mulher moderna do século 21. De fato, ele não nasceu, foi inventado.
O
nome dele?
Cartão de Crédito.
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